terça-feira, 4 de junho de 2013
NARCISISMO
O
QUE É NARCISISMO?
COM BASES NAS RESSONÂNCIAS DESSE
TERMO, FREUD DESENVOLVEU UM DOS CONCEITOS MAIS IMPORTANTES DE SUA TEORIA.
Muitas
vezes a palavra “narcisismo” é utilizada no senso comum de maneira pejorativa,
para designar um excesso de apreço por si mesmo. Para a psicanálise, trata se
de um aspecto fundamental para a constituição do sujeito. Um tanto de amor por
si é necessário para confirmar e sustentar a autoestima, mas o exagero é sinal
de fixação numa identificação vivida na infância.
A
ilusão infantil de que o mundo gira ao nosso redor é decisiva nessa fase, mas
para o desenvolvimento saudável é necessário que se dissipe, conforme deparamos
com frustrações e descobrimos que não ser o centro do universo tem suas
vantagens. Afinal, ser “tudo” para alguém (como acreditamos, ainda bem
pequenos, ser para nossa mãe) é um fardo pesado demais para qualquer pessoa.
Alguns, no entanto, se iludem com o fascínio do papel e passam sua vida
almejando o modelo inatingível de perfeição.
Diz
o mito grego que Narciso era uma criança tão linda e admirada que sua mãe,
Liríope, preocupada com esse excesso, levou-o até o sábio Tirésias. Ele lhe
disse que o menino só teria uma vida longa se jamais visse a própria imagem.
Por muito tempo essas palavras pareceram destituídas de sentido, mas os
acontecimentos que se desenrolaram mostraram seu acerto. Na adolescência,
Narciso era um jovem belíssimo, mas muito soberbo. Ao passear certo dia pelo
campo, a jovem Eco o viu e se apaixonou por ele, mas o rapaz a repeliu. Um dia,
cansado, Narciso dirigiu-se a uma fonte de águas límpidas. Eis então que a
profecia se realiza: ao ver-se refletido no espelho das águas, enlouqueceu de
amor pelo próprio reflexo. Embevecido, não tinha olhos nem ouvidos para mais
nada: não comia ou dormia. Em vão, Eco suplicava seu olhar. Mas Narciso só
olhava para si. Apaixonado, ensimesmado, busca para aplacar sua dor um outro que,
sendo ele mesmo, não lhe responde. Realiza-se, então, seu destino: mergulha no
espelho e desaparece no encontro impossível.
Sem
a possibilidade de reconhecimento do que é a própria imagem e do que é o outro,
o corpo de Narciso tornou-se pura miragem e desfez-se nas águas... E Eco, que
só a Narciso perseguia, só por ele clamava, só nele vivia, petrificou-se e
perdeu o poder de sua própria palavra. Narciso não cria laços; não partilha seu
encanto. Perde-se na imagem de si. Eco também se perde e, no desencontro,
entrega-se à repetição compulsiva, sem poder se separar da miragem
idealizada.
Com
base nas ressonâncias desse mito, Freud desenvolverá um dos conceitos mais
importantes de sua teoria – o narcisismo. Mencionado pela primeira vez em seus
escritos em 1909, é apresentado como uma fase própria do desenvolvimento
humano, quando se realiza a passagem do autoerotismo, do prazer centrado no
próprio corpo, para o reconhecimento e a busca do amor em outros objetos –
diferentes de si. Passagem importante e cheia de inquietações já que implica a
saída da gratificação por aquilo que é efeito apenas da própria imagem –
“Narciso só reconhece o que é espelho” – para a realização de uma das
conquistas mais importantes da cultura: a possibilidade de viver, aceitar e
trabalhar com a alteridade e, portanto, com as diferenças.
Freud
aborda explicitamente esse conceito – efeito do confronto vivido por ele mesmo
ao deparar com argumentos de Adler e Jung, que questionavam suas teorias acerca
do lugar ocupado pela sexualidade na constituição da subjetividade e na
compreensão das patologias. A
legitimidade do conceito justificou-se a partir da experiência freudiana com a
clínica, naquilo que reconheceu como resistência dos pacientes em abandonar
suas posições amorosas, nas manifestações da onipotência infantil e do
pensamento mágico, nas doenças orgânicas e na hipocondria – quando toda a
libido se volta para o corpo doente – e nos delírios de grandeza das psicoses.
Em O mal-estar na civilização, de 1930, Freud diz que um dos grandes obstáculos
do homem em sua busca pela felicidade, e que lhe traz maiores dificuldades, é o
sofrimento resultante das relações humanas, pois elas nos colocam em confronto
com aquilo que, não sendo espelho, nos solicita novos posicionamentos.
Toda
criança, ao nascer, é banhada por vários olhares e desejos. Quando se
contemplar no espelho, não verá o simples reflexo físico de uma imagem, mas
tudo o que esses olhares depositaram no seu corpo. É um momento fulgurante de
“sua majestade, o bebê!”. Júbilo
para a criança e para os
pais, que vêem renascer das cinzas sua própria imagem idealizada e todos os
seus anseios irrealizados. Instante de narcisismo primário – constitutivo e alienante. O bebê será um herói, vencerá todos os perigos;
trata-se de um momento necessário, mas cheio de riscos. Se não ocorre, a imagem
de si pode não se constituir, pode se fragilizar, parecendo insuficiente. Se
for excessivo, torna-se aprisionante, comprometendo o futuro, a possibilidade
de construção de projetos e os ideais.
Se
tudo correr bem, a criança se desligará desse olhar primordial e escapará do
destino fatal de Narciso – embeber-se, afogado, na tentativa de perpetuar o
encontro com a imagem que as águas lhe devolviam. Os desdobramentos do narcisismo são de fundamental
importância para a análise do mundo em que vivemos. A valorização da imagem e
do sucesso a qualquer custo reduz a tolerância das mínimas divergências – o que
Freud chamou de narcisismo das pequenas diferenças – e acirra os
conflitos, seja nas pequenas discordâncias do cotidiano ou nos grandes
conflitos bélicos. Se o
outro não me satisfaz, se não é espelho daquilo que almejo, se tenta opor se às
minhas vontades e ameaça minha autoestima, eu o aniquilo. O terreno é propício
para preconceitos, fanatismos e violência.
A
tragédia vivida por Narciso não nos abandona. Deixa sempre restos que nos fazem
seguir pela vida tentando reencontrar o olhar mágico que nos enlevava e nos
dizia tudo que éramos. Busca incessante de certezas, de entrega passiva às
ilusões...
terça-feira, 23 de abril de 2013
Resenha Freud alem da alma
Resenha Freud alem da alma
Freud além da alma é um filme que demonstra a teoria da psicanálise. Freud acreditava na existência do inconsciente, e se interessava por atender e entender as pessoas com histeria, que naquele tempo eram considerados como pessoas que fingiam estar doentes e com o diretor do hospital no qual Freud trabalhava não era diferente, ele também acreditava que os pacientes fingiam estar doentes para fugirem dos seus compromissos . Freud não pode compactuar com isso e decide deixar o hospital e segue para Paris onde conhece Dr. Charcot que também interessava por estudar histerias, usando o método de hipnose. Freud chega a conclusão que a histeria é uma doença de origem psicológica e reforça o seu pensamento em relação a existência do inconsciente e afirma que o ser humano é dividido entre o consciente e o inconsciente. Breuer o apoiava em suas teorias e, juntos concluíram que q histeria é causada por traumas que ficam guardadas no inconsciente gerando consequências físicas.
Ao longo do tempo, Freud percebe que a hipnose apesar de trazer ao consciente a origem dos problemas não chega a trazer a cura.
Através de suas lembranças e sonhos com a ajuda de uma paciente, Freud descobre que crianças também tem sexualidade causando um grande choque aos médicos da época .
Cecily a paciente, não andava nem enxergava, durante as sessões de hipnose Freud percebe a origem de seus problemas, ele entendeu que quando Cecily era criança amava o pai e odiava a mãe. Compreendeu ainda que mesmo quando Cecily estava consciente conseguia lembrar coisas da sua infância , foi então aí que Freud decide não mais fazer uso da hepnose .
Quando Freud entendeu que Cecily amava o pai e odiava a mãe ficou transtornado e aborrecido, porque com suas lembranças e sonhos entendeu que o mesmo ocorria com ele, havendo alí uma contra-transferencia.
Através desse episodio Freud descobre que quando a criança não consegue resolver esses conteúdos na infância leva para a vida adulta e poderá ter graves consequências.
Nessa época resolve mudar sua teoria , diz que a criança tem instinto sexuais desde o nascimento, mas não tem consciência disso e mostra ainda que a mente pode controlar nossas vidas.
ZELIA DE JESUS RAIMUNDO
Analise: Os Passageiros
Analise : Os passageiros.
Depois de um acidente de avião , Cleier , uma linda jovem , é chamada para prestar apoio psicológico aos cinco sobreviventes, que apresentaram traumas. Esses trabalho se tornou um tanto difícil para Cleier , ela se envolve emocionalmente com Eric, um sobrevivente.
A medida que as lembranças da explosão vem à tona , os pacientes vão desaparecendo sem deixar nenhum vestígio, e Cleier fica muito intrigada com esses fatos , a jovem desconfia que a companhia aérea tem responsabilidade nisso e dá inicio a uma curiosa investigação. Seu envolvimento com Eric ultrapasa os limites impostos por ela diminuindo as diferenças entre a psicóloga e os pacientes e às vezes invertendo os papeis .
A medida que as cenas do acidentes foram chegando a memória a verdade apareceu e aos poucos Cleier comprende que ela também estava no avião e também morreu.
ZELIA DE JESUS RAIMUNDO.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Imagem pessoal: sucesso na carreira
O sucesso profissional muitas vezes é medido pela imagem e marketing
pessoal. Independentemente da idade, cargo ocupado ou função
desempenhada, o marketing pessoal é uma ferramenta indispensável para a
concretização do projeto de vida e de carreira.
Não se pode negar que nossa sociedade é cada vez mais visual. Segundo dados do Professor PhD Albert Mehrabian, pioneiro na compreensão da comunicação desde 1960, após uma conversa, o que mais se destaca em uma pessoa é a sua aparência e as suas ações (55%). A maneira de se expressar vem em seguida (38%), e só depois é que aparece o conteúdo (7%).
Esses dados confirmam que a imagem pessoal tornou-se um dos aspectos que realmente contribuem para o sucesso em todas as áreas de trabalho. Porém, ela não é medida somente pela roupa que vestimos, pelo relógio que usamos, pelo notebook que trabalhamos e muito menos pelo carro que andamos. A energia positiva e o entusiasmo, pelo que se quer e pelo que se faz, transmitidos na imagem pessoal, na voz e no posicionamento do profissional, são fatores que também influenciam no sucesso.
Para saber como transmitir uma boa imagem pessoal e comportamental, veja algumas dicas:
- Consciência corporal: uma postura correta transmite a impressão de segurança e confiança ao entrevistador;
bevite falar perto e/ou alto demais, não use o gerúndio; evite expressões de novelas ou populares, e nunca use palavrões e gírias;
- Modismos: atenção aos modismos de brinco, fivelas e piercing. Discrição e o bom senso têm que prevalecer;
- Maquiagem: mulheres podem aproveitar da maquiagem aos 20 anos, fazer alguns pequenos corretivos aos 40 anos e sofisticar aos 50 anos;
- Acessórios: cuidado com relógios e pulseiras; utilize sapatos apresentáveis, nunca use meias brancas ou desfiadas;
- Cores: tente usar cores discretas e neutras. Tenha roupas bem acabadas e estruturadas. Invista em bons tecidos – algodão de preferência;
- Roupas: cuidado com o comprimento das saias; evite os decotes, as transparências e os babados; Celular: sempre desligado em reuniões; se precisar deixar ligado, informe que está aguardando uma ligação; sempre se identifique e pergunte se a pessoa pode atendê-lo antes de iniciar a conversa; cuidado com os toques engraçados;
- Cuidados com os cabelos: mulheres devem estar sempre com o cabelo bem cortado e procurar não movimentá-los muito; homens devem ter atenção com a barba, tem que estar bem aparada.
- Cartão de Visita: sempre na horizontal. Ao recebê-lo dê atenção e não brinque com o cartão. Leia e valorize o que recebeu. Em geral é melhor entregar no final, se não contiver o celular, anote-o.
- Ao telefone: sempre sorria, a pessoa do outro lado perceberá a sua postura simpática. Não fale alto demais, evite fofocas, seja breve.
É importante trabalhar as boas maneiras que fazem parte das ações de comunicação dos profissionais e podem contribuir na melhoria do marketing pessoal. Eis algumas questões que são utilizadas para trabalhar a apresentação pessoal dos profissionais:
1 - Qual é a imagem exigida pela carreira ou pela posição que você está querendo?
2 - A sua imagem pessoal corresponde, nesse momento, à imagem adequada à nova carreira?
3 - Em caso contrário o que será preciso fazer para auxiliá-lo a assumir a imagem adequada à sua nova carreira?
4 - Você se pergunta quem vai encontrar e o que vai fazer antes de se vestir?
5 - Você acha que tudo aquilo que veste envia uma mensagem - seja positiva ou negativa?
6 - Quais são suas impressões sobre alguém que acabou de conhecer?
7 - Quais são os padrões que influem na formação de suas opiniões sobre um profissional?
Com essas questões o profissional pode exercitar suas ações, cuidar da imagem e desenvolver um marketing pessoal, estratégias fundamentais para se destacar no mercado de trabalho.
Não se pode negar que nossa sociedade é cada vez mais visual. Segundo dados do Professor PhD Albert Mehrabian, pioneiro na compreensão da comunicação desde 1960, após uma conversa, o que mais se destaca em uma pessoa é a sua aparência e as suas ações (55%). A maneira de se expressar vem em seguida (38%), e só depois é que aparece o conteúdo (7%).
Esses dados confirmam que a imagem pessoal tornou-se um dos aspectos que realmente contribuem para o sucesso em todas as áreas de trabalho. Porém, ela não é medida somente pela roupa que vestimos, pelo relógio que usamos, pelo notebook que trabalhamos e muito menos pelo carro que andamos. A energia positiva e o entusiasmo, pelo que se quer e pelo que se faz, transmitidos na imagem pessoal, na voz e no posicionamento do profissional, são fatores que também influenciam no sucesso.
Para saber como transmitir uma boa imagem pessoal e comportamental, veja algumas dicas:
- Consciência corporal: uma postura correta transmite a impressão de segurança e confiança ao entrevistador;
bevite falar perto e/ou alto demais, não use o gerúndio; evite expressões de novelas ou populares, e nunca use palavrões e gírias;
- Modismos: atenção aos modismos de brinco, fivelas e piercing. Discrição e o bom senso têm que prevalecer;
- Maquiagem: mulheres podem aproveitar da maquiagem aos 20 anos, fazer alguns pequenos corretivos aos 40 anos e sofisticar aos 50 anos;
- Acessórios: cuidado com relógios e pulseiras; utilize sapatos apresentáveis, nunca use meias brancas ou desfiadas;
- Cores: tente usar cores discretas e neutras. Tenha roupas bem acabadas e estruturadas. Invista em bons tecidos – algodão de preferência;
- Roupas: cuidado com o comprimento das saias; evite os decotes, as transparências e os babados; Celular: sempre desligado em reuniões; se precisar deixar ligado, informe que está aguardando uma ligação; sempre se identifique e pergunte se a pessoa pode atendê-lo antes de iniciar a conversa; cuidado com os toques engraçados;
- Cuidados com os cabelos: mulheres devem estar sempre com o cabelo bem cortado e procurar não movimentá-los muito; homens devem ter atenção com a barba, tem que estar bem aparada.
- Cartão de Visita: sempre na horizontal. Ao recebê-lo dê atenção e não brinque com o cartão. Leia e valorize o que recebeu. Em geral é melhor entregar no final, se não contiver o celular, anote-o.
- Ao telefone: sempre sorria, a pessoa do outro lado perceberá a sua postura simpática. Não fale alto demais, evite fofocas, seja breve.
É importante trabalhar as boas maneiras que fazem parte das ações de comunicação dos profissionais e podem contribuir na melhoria do marketing pessoal. Eis algumas questões que são utilizadas para trabalhar a apresentação pessoal dos profissionais:
1 - Qual é a imagem exigida pela carreira ou pela posição que você está querendo?
2 - A sua imagem pessoal corresponde, nesse momento, à imagem adequada à nova carreira?
3 - Em caso contrário o que será preciso fazer para auxiliá-lo a assumir a imagem adequada à sua nova carreira?
4 - Você se pergunta quem vai encontrar e o que vai fazer antes de se vestir?
5 - Você acha que tudo aquilo que veste envia uma mensagem - seja positiva ou negativa?
6 - Quais são suas impressões sobre alguém que acabou de conhecer?
7 - Quais são os padrões que influem na formação de suas opiniões sobre um profissional?
Com essas questões o profissional pode exercitar suas ações, cuidar da imagem e desenvolver um marketing pessoal, estratégias fundamentais para se destacar no mercado de trabalho.
O PSICOLOGO NO BRASIL
O objetivo dessa abordagem é analisar os momentos da profissão através
de um referencial teórico da Sociologia das Profissões e relacioná-los à
trajetória política, econômica e social do Brasil.
Com base na pesquisa, os
principais trabalhos sobre a história da psicologia no Brasil (Lourenço Filho,
1955/1994; Penna, 1992) apresentam, em geral, análises informativas e
descritivas. A importância desses estudos reside, sobretudo, no fato de serem pioneiros,
disponibilizando grande número de dados. Atualmente, a Escola dos Anais (Burke,
1992) redimensionou o lugar do historiador no processo de construção do
conhecimento. Este profissional deixou de ser apenas um compilador de datas e
dados, passando a assumir uma postura crítica em relação ao passado. A história do psicólogo vem sendo
valorizada. Além disso, a reconstrução
do passado passou a ser amparada por uma questão teórica e/ou
metodológica.
O trabalho
teórico que se segue apresenta uma proposta
de periodização para a história
da prática da
psicologia brasileira, de fundamental
importância para a compreensão do
processo de organização desta profissão
visa, sobretudo, incrementar
as reflexões sobre a história desta profissão. Para
Freidson (1996), o conceito de profissão remete, essencialmente, a
um tipo específico de
trabalho especializado, teoricamente fundado. No seu entender, para que uma atividade seja reconhecida como tal, é necessário que reúna algumas características. Por um lado, a profissão
deve deter um
conhecimento delimitado,
complexo e institucionalizado.
Por outro, ela tem que organizar seus
interesses em associações profissionais que
padronizem a conduta dos
pares, realizando uma auto-regulação. O controle interno da
profissão é feito através da fiscalização das condutas profissionais com dispositivos
formais, entre os quais se destacam os
códigos de ética.
A profissão deve empenhar todos
os esforços para
ser reconhecida como fundamental pelo Estado e pela sociedade. Uma
das expressões deste
reconhecimento é a regulamentação legal
de seu exercício profissional. O
conceito de profissionalização
serve de
base para os três momentos em que
foi dividida a história da profissão
de psicólogo no Brasil.
O primeiro período é compreendido
entre a criação das faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia (1833)
e o final do século
XIX (1890). A profissão de
psicólogo no Brasil durante o século
XIX.
O segundo período,
de profissionalização, é compreendido entre
1890/1906 e 1975.
Ele abrange desde a gênese
da institucionalização da prática psicológica até a regulamentação da profissão
e a criação dos seus
dispositivos formais.
Serão considerados como marcos desse
período: a Reforma Benjamim
Constant (1890), a
inauguração dos laboratórios
de psicologia experimental na educação (1906) e a criação do código de
ética (1975). A partir de então, a psicologia passa a ter um conhecimento próprio, institucionalizado e
reconhecido. O terceiro momento inicia-se em 1975, quando a profissão de psicólogo
passou a estar organizada e estabelecida. Período
pré-profissional (1833-1890). Até o
início do século XIX, não havia no Brasil uma psicologia propriamente
dita. A criação dos cursos de medicina na Bahia e no Rio
de Janeiro (1833)
e a organização de sociedades
científicas e periódicos na área da saúde se constituíram como sinais de novos
tempos.
Nas faculdades, os médicos apresentavam um
grande interesse pelos
assuntos psicológicos,
produzindo teses de
doutoramento acerca do
tema, com algumas nuanças
regionais. Na Faculdade
da Bahia, por exemplo, a
preocupação principal estava
relacionada com a aplicação da psicologia
nos problemas sociais, como na Higiene
Mental e Psiquiatria. Na Faculdade de Medicina do Rio
de Janeiro, por sua vez, o interesse estava voltado para a relação da
psicologia com a neuropsiquiatria e neurologia. Período de
profissionalização (1890/1906-1975). Dois
campos do conhecimento contribuíram para o início da profissionalização
da psicologia no Brasil: a educação e a medicina. Em termos institucionais, a
psicologia se aproximou
primeiramente da educação. A
Reforma Benjamim Constant (1890) incorporou a disciplina de
psicologia nos currículos
das Escolas Normais (Soares, 1979). Isso
foi importante para o desenvolvimento da profissão, pois deu
início ao processo de institucionalização da psicologia
no Brasil. Acompanhando a
tendência internacional, foi criado no
Pedagogia em, em 1906, o primeiro. Pedagogia um (1890-1919): instituição
que funcionou inicialmente como um museu
pedagógico, tornando-se, em 1897,
um centro de cultura
superior.
Nesse local,
foram 22 Pereira & Pereira Neto Psicologia em Estudo, Maringá, v. 8,
n. 2, p. 19-27, 2003 Laboratório de
Psicologia Experimental no Brasil. (Lourenço Filho, 1955/1994; Penna, 1992).
Por esta razão, tanto a inclusão da disciplina de Psicologia na
formação da professora normalista
(1890) quanto a criação do primeiro laboratório
experimental em educação (1906)
podem ser consideradas marcos
do processo de profissionalização da psicologia no Brasil.1931. Para Penna
(1992, p. 61), “as referências
ao ‘Pedagogium’, à Escola
Normal e ao Instituto de Educação revelam-se
inteiramente pertinentes na medida em que foram as instituições, onde,
de fato, se iniciou de modo sistemático, o
ensino da psicologia” no Brasil. A pedagogia, por outro lado, utilizou a
psicologia, mais precisamente a
psicologia experimental, para adquirir
seu status científico. A incorporação da psicologia
no currículo dos cursos de
pedagogia e a criação dos
laboratórios experimentais constituíram-se em vias trilhadas para a profissionalização
do psicólogo no Brasil. Em relação à
medicina,
seu
interesse pela psicologia, se materializou em 1923. A
criação de um laboratório de psicologia experimental dentro da Colônia de Psicopatas do Engenho de
Dentro (R.J.), dirigida por Gustavo Riedel,
é mais um marco do processo de profissionalização da
psicologia no Brasil. Em 1932, escola superior de
psicologia.
Conclusão
De acordo com o tema abordado sobre o
psicólogo no Brasil: notas sobre seu processo de profissionalização, a relação
da medicina com a gênese da psicologia no Brasil, um comentário merece
ser feito. Se por um lado, a medicina, através da psiquiatria, criou condições
para o desenvolvimento da psicologia brasileira, por outro, ela buscou apropriar-se
do universo psi. Com isso, sua estratégia passou a ser a de transformar
a psicologia em especialidade médica. Entre 1890 e 1975 ocorreram vários
fatos que contribuíram para processo de profissionalização da psicologia no Brasil, uns mais vinculados
à formação profissional e outros
ao estabelecimento de limites para o exercício da atividade no
mercado de trabalho. o Instituto de Psicologia foi incorporado à
Universidade do Brasil
(atual Universidade Federal do Rio
de Janeiro).
Em 1939,
instalam-se neste local as seguintes
cátedras: Psicologia Geral,
no Departamento de Filosofia; Psicologia Educacional , no Departamento de Pedagogia; e Psicologia
Aplicada, na Escola Nacional de Educação Física e Desportos (Penna, 1992). Assim, a
profissão legitimou-se
academicamente para lutar pelo domínio de segmentos importantes do mercado de
trabalho.
De acordo com a sociologia das
profissões, o ensino
profissional é um dos
elementos importantes para
que a ocupação se torne
uma profissão oficialmente reconhecida e detentora de um
mercado de trabalho. No dia 27 de agosto
de 1962 foi aprovada a Lei nº 4.119, que
regulamentou a profissão de
psicólogo. Também foi emitido, nesse mesmo ano, o Parecer 403 do
Conselho Federal de Educação, que estabeleceu o currículo mínimo e a duração do
curso universitário de psicologia. O Decreto nº 53.464: Art. 4º - São funções do
psicólogo: 1) Utilizar métodos e técnicas psicológicas com o objetivo de: a) diagnóstico psicológico; b)
orientação e seleção profissional; c) orientação psicopedagógica; d)
solução de problemas de ajustamento. 2) Dirigir serviços de Psicologia em
órgãos e estabelecimentos
públicos, autárquicos, paraestatais,
de economia mista e particulares. 3) Ensinar as cadeiras
ou disciplinas de Psicologia
nos vários níveis de ensino, observadas as demais exigências da
legislação em vigor.
4) Supervisionar
profissionais e alunos em trabalhos teóricos e práticos de
Psicologia. 5) Assessorar,
tecnicamente, órgãos e estabelecimentos públicos,
autárquicos, paraestatais, de
economia mista e particulares. 6)
Realizar perícias e emitir pareceres sobre a matéria
de Psicologia (Brasil, 1964). Entre
estes estavam: diplomados
em cursos oficiais
e reconhecidos na área de psicologia clínica, educacional ou do
trabalho; funcionários públicos nos cargos e funções de psicólogo, psicologista ou psicotécnico;
profissionais que já estavam
trabalhando na área de psicologia aplicada havia mais de cinco
anos; militares formados
pelo curso de psicologia do
Ministério da Guerra; doutores em Filosofia, Educação e Pedagogia com tese
relacionada à psicologia e pós-graduados
em Psicologia e Psicologia
Educacional (Soares, 1979).O psicólogo no Brasil 25. Psicologia em
Estudo, Maringá, v. 8, n. 2, p. 19-27, 2003. psicólogo a
possibilidade de trabalhar
em diferentes campos, como a
clínica, a escola, o trabalho, a área
acadêmica e a jurídica.
Em
1971, foi defendida a criação do Conselho
Federal de Psicologia.
Lei nº 5.766, de 20 de
dezembro de 1971, criou os Conselhos Federal
e Regionais de
Psicologia.O primeiro Código
de Ética
dos psicólogos foi criado
em 1975, através da
Resolução nº 8, de 02 de
fevereiro, do Conselho Federal de Psicologia. Segundo a
Sociologia das Profissões,
a organização de conselho de ética tem
a finalidade de padronizar
condutas, punindo os pares e ampliando sua aceitação junto
à comunidade. a psicologia
conseguiu, em meados dos
anos 1970, todos
os requisitos necessários para
ser considerada uma profissão: Período profissional (1975) A partir
de 1975, iniciou-se
um novo momento, A década de 1970 assinala um grande
crescimento do número de
profissionais formados em
psicologia.
da
demanda da população por
serviços psicológicos.
A psicologia
e a psicanálise entraram no cotidiano das
pessoas através de
manuais de comportamento, revistas, programas de
TV e livros sobre sexualidade.Em 1988, o
Conselho Federal de Psicologia
realizou o primeiro grande
levantamento sobre a profissão no
Brasil. Essa pesquisa,
cujos dados foram coletados entre
o final de
1985 e o
início de 1987, concluiu que
a profissão apresentava as seguintes
características: profissão feminina
concluiu
também que os
psicólogos eram profissionais mal-remunerados, pesquisas, realizadas em
1994 e em 2001, pelo Conselho
Federal de Psicologia,
indicam que os dados
colhidos em 1988 permanecem, continua sendo uma profissão
feminina, jovem, mal-remunerada.
De
acordo com o texto, penso que a profissão do psicólogo, irá enfrentar muitos
desafios, em todos os aspectos. Portanto o compromisso de qualquer profissional
com a sociedade é inevitável. Certamente
irá contribuir para solucionar os problemas da sociedade para que tenhamos uma
sociedade mais justa e humana. Ela deve transmitir uma reflexão diante das
abordagens para um desenvolvimento das pessoas em seu contexto social.
Analisando o contexto econômico, cultural e social do meio em que vive teoria e
a pratica. Faz-se necessário que as
práticas de Psicologia sejam reavaliadas quanto ao compromisso
social–comunitário da Psicologia, dando origem a uma maior sistematização e
valorização de ações alicerçadas nos pilares de promoção, prevenção e
recuperação da saúde.
Assinar:
Postagens (Atom)