O
Filme “Freud além da alma” retrata os estudos psíquicos do pai da psicanálise,
Sigmund Freud, médico neurologista, da cidade de Viena em 1886. O
longa-metragem dirigido por John Huston demonstra as várias fases da vida de
Freud, e suas observações, estudos e tratamentos de pacientes com histeria e
neuroses, através de vários métodos de análises, tal como a catarse hipnótica,
estudada por vários colegas como Charcot, Breuer, vindo a originar a associação
livre, com Freud. Após, algumas tentativas de hipnose mal sucedidas por motivo
de alguns pacientes não se deixarem hipnotizar. O filme inicia com Freud
encontrando oposição em tratar de uma paciente com neurose de histeria, em um
hospital, sob direção de Meynert, que não acreditava nos sintomas de histeria e
imagina que os mesmos se tratavam de mentira, para fugir das responsabilidades
e da realidade Com isso, Freud se afasta de Meynert e procura observar a
doutrina de Charcot, em relação à histeria sob o método da hipnose. O que lhe
deixou enlevado e constrangido, quando de volta de Paris, em Viena ao relatar
as informações para a sociedade médica, sobre histeria, os pensamentos
inconscientes, e os traumas de infâncias, Freud foi ironizado pela classe
médica. Assim, associa-se a Breuer, nas suas pesquisas, sobre as origens dos
fenômenos histéricos, chegando aos traumas, as neuroses e interpretação dos
sonhos. Em um de seus diálogos com Breuer, Freud percebe que na teoria de
Charcot que a mente não se dividia. Simplesmente ocultava o trauma da
consciência, deixava as lembranças inconscientes e as emoções são descarregadas
fisicamente. Freud formulou a Teoria das neuroses, baseado em todos os casos já
tratados e nas auto-análises, concluindo que todos os traumas estão ligados à
sexualidade. O que vem a descobrir após, um sonho o seu complexo de Édipo e
tentar desvendar o que estava encoberto em relação a seu pai, percebendo assim,
que as neuroses podem surgir desde a infância. Freud continua tratando da
paciente Anna O., que fora antes de Breuer. Abolindo o método hipnótico por
opção da própria paciente, Freud a leva a muitas lembranças através da livre
associação, em estado plenamente consciente. A paciente Anna O., fala de seus
sonhos e fatos da sua vida, e Freud desvendando, certifica-se que pode chegar
ao inconsciente mesmo com o paciente em estado consciente. Assim, durante a
sessão de Anna O., confessa ter sido molestada pelo pai e para silenciar com
relação a esse fato ganha uma boneca de presente. Porém, Freud passa a
desconfiar do relato da paciente quando percebe que esta ainda a guarda com
muito carinho, o que, na verdade, deveria ter sido rejeitada por fazer
referência ao ato traumático. Percebe-se que a paciente cria uma relação de
transferência entre seu terapeuta Dr. Breuer, e por tal motivo não se deixa
hipnotizar, e a posição recalcadora com seu sistema objetal (boneca) que
deveria ser de angustia é de prazer. Então, após estudos do caso Cecily, volta
a pensar em sua infância para tentar fazer uma ligação ao que causou o surto em
frente ao cemitério, na época do enterro de seu pai. Com isso, tem um sonho
onde vê a figura da sua mãe que o deixou sozinho para ir dormir com seu pai.
Sentiu ciúmes porque queria a mãe ali e não com o pai, assim veio a culpa por
achar que desonrou seu pai. Após alguns diagnóstico de estudos Freud pensa em
desistir, mas sua esposa o incentiva relendo uma de suas agendas, que dizia: "O progresso é como andar, consegue-se
perdendo e ganhando equilíbrio. É uma série de erros... De erro em erro
acaba-se descobrindo a verdade". Freud lembra que havia escrito uma vez:
"...o falso é às vezes a verdade de cabeça para baixo". Descobre que
no universo da fantasia pode estar a realidade. Quando a sua paciente Anna
dizia que o pai havia molestado, na verdade ela é que queria possuir seu
próprio pai. Uma fantasia transportada para a fase adulta, que não sendo
trabalhada, tornou-se um recalque. Freud muda sua teoria, chegando a conclusão
que a criança também tem seus instintos sexuais desde quando nasce, suprindo
suas necessidades alimentares com o leite materno e satisfação de sua
sexualidade em sugar o seio da "mãe". Sua mãe ou quem cumpre essa
função, é seu primeiro objeto de desejo.
Freud
após estudos resolve publicar suas análises da sexualidade infantil e levar
seus conhecimentos aos colegas do Conselho de Neurologia e Psiquiatria de
Viena. O que foi rejeitado por Breuer que o tomando como filho, o proíbe. Freud
resiste dizendo: "chega uma hora que se deve renunciar a todos os pais e
ficar de pé sozinho". Em palestra no "Conselho de Neurologia e
Psiquiatria de Viena", Freud começa frisando como na "Idade da
Inocência" a criança não tem consciência sexual, porém começa falar sobre
a fase oral. Os médicos começam a se retirar aos poucos, mas Freud continua a
falar dos desejos da criança, da concorrência entre os pais, cita Édipo e que
cada ser humano tem esse desafio, de se confrontar com o seu complexo e de
superá-lo. Se conseguir superar se torna um ser humano completo, se não se
tornará um neurótico. Quando um dos médicos do conselho levanta-se e pergunta
ao Dr. Breuer se ele concorda com Dr Freud, Breuer defende o amigo, dizendo que
Freud é um dos melhores, no meio médico para esses assuntos, mas que jamais
poderia concordar com a teoria da "Sexualidade Infantil".
Já
no final do filme, Freud caminha lentamente, consegue ultrapassar o muro do
cemitério, chegando até a lápide de seu pai. Assim, termina o filme com uma
mensagem e uma pergunta que fora escrita no templo de Delfos, mais de 2000 anos
atrás: "CONHEÇA A SI PRÓPRIO". “Contra o mais velho rival do homem o
orgulho”. É o início da sabedoria. É uma esperança de vitória.
Este
conhecimento está agora ao nosso alcance. Será que o usaremos? Espero “que sim”.
A psicanálise revelou o inconsciente do
homem e como ela o iluminou... Sigmund Freud revelou outra parte da nossa mente
- O funcionamento em segredo - que pode até mesmo controlar nossas vidas. O
filme Freud Além da Alma, criado em 1962, com a direção do famoso cineasta John
Huston e produzido nos EUA, foi impactante na época de sua criação sendo
considerado, até nos dias atuais um clássico. O filme aborda um dos momentos
cruciais da trajetória do médico Freud, e por isso, é estudado nos âmbitos de
ensino acadêmico, tanto pelas ciências exatas como a medicina, quanto pelas
ciências humanas, dentre elas a Psicologia e a Pedagogia.
Sigmund
Freud é considerado um dos grandes pensadores do século XX, por ter deflagrado
um novo olhar nos estudos sobre o ser humano. Seus estudos desvelaram a
importância do inconsciente na análise dos comportamentos e contribuíram
significativamente para a cura de doenças mentais, por meio da psicanálise -
ciência que inaugurou. Freud nasceu em 1856, falecendo em 1939. Em 1900, ele
apresentou a primeira concepção sobre a estrutura e o funcionamento da personalidade.
No filme, uma das cenas que mostra esse período é a que Freud assiste uma
demonstração do tratamento dado aos doentes mentais do dr. Charcot, que
realizava seus estudos sobre a histeria em Paris, por meio da hipnose. Dois
pacientes que sofrem de histeria são hipnotizados pelo médico que sugere a eles
que obedecendo a sua ordem deixem de apresentar os sintomas físicos que tinham
no momento - em um dos pacientes a paralisia das pernas e em outro um tremor
generalizado em todo corpo. A seguir, ainda sob os efeitos da hipnose, os
mesmos pacientes, atendendo inconscientemente as ordens do médico, trocam suas
enfermidades. Charcot explica aos médicos presentes, dentre eles Freud, que os
sintomas das enfermidades só têm cura enquanto dura o efeito da hipnose. Nessa
cena, é possível perceber a incredulidade dos médicos que a assistem, embora
sejam discípulos de Charcot. Essa incredulidade é esperável, considerando a
sociedade da época que era cartesiana, capitalista, voltada para a
racionalidade. O afrontamento, além de social, era religioso, uma vez que a
Igreja Católica não acolhia tais métodos e concepções. Sob esse ambiente
conflituoso e de pouca liberdade brota os primeiros estudos do inconsciente por
Freud, que se apoiou nos experimentos de Charcot. O penoso estudo iniciado por
Freud foi interrompido, uma vez que ele sente o peso dos preconceitos advindos
da sociedade e de seu mestre, além disso, ele receia as descobertas advindas de
sua subjetividade. A interrupção é brevemente desconsiderada pelo próprio Freud
que atende a um pedido de seu mestre. Na cena desse momento, Freud é chamado às
pressas pelo mestre, dono do hospital, em que trabalhava no início da carreira
e que o ridicularizava pelas idéias que defendia em seus estudos sobre o
inconsciente. Ele está a beira da morte e pede para lhe falar. Freud não
entende, a princípio porque aquele médico o chama, já que tinha tantas críticas
às suas crenças profissionais. O antigo chefe, então, revela para Freud que
também sofre de histeria, mal que escondeu de todos a vida inteira por medo de
ser condenado a um manicômio ou ser tachado de louco, como sempre fez com os
próprios pacientes que para ele não tinham cura. Ele pede para que Freud dê
continuidade aos seus estudos, já que nessa época ele havia deixando-os de lado
por medo das conclusões que estava obtendo. Diz ainda que os histéricos formam
uma grande legião que vive à sombra, sofrendo profundamente deste mal, graças
ao preconceito que certamente teriam que enfrentar, caso se manifestassem.
Filme: Freud Além da Alma
(Freud
Além da Alma). EUA, 1962. Dir. John Huston.
Por
Márcia Regina Pires, Marília de Dirceu Cachapuz Daher e Waleska Dayse de
Sousa1.O filme Freud Além da Alma, criado em 1962, com a direção do famoso
cineasta John Huston e produzido nos EUA, foi impactante na época de sua
criação sendo considerado, até nos dias atuais um clássico. O filme aborda um
dos momentos cruciais da trajetória do médico Freud, e por isso, é estudado nos
âmbitos de ensino acadêmico, tanto pelas ciências exatas como a medicina,
quanto pelas ciências humanas, dentre elas a Psicologia e a Pedagogia.
Sigmund
Freud é considerado um dos grandes pensadores do século XX, por ter deflagrado
um novo olhar nos estudos sobre o ser humano. Seus estudos desvelaram a
importância do inconsciente na análise dos comportamentos e contribuíram
significativamente para a cura de doenças mentais, por meio da psicanálise -
ciência que inaugurou. Freud nasceu em 1856, falecendo em 1939. Em 1900, ele
apresentou a primeira concepção sobre a estrutura e o funcionamento da
personalidade. No filme, uma das cenas que mostra esse período é a que Freud
assiste uma demonstração do tratamento dado aos doentes mentais do dr. Charcot,
que realizava seus estudos sobre a histeria em Paris, por meio da hipnose. Dois
pacientes que sofrem de histeria são hipnotizados pelo médico que sugere a eles
que obedecendo a sua ordem deixem de apresentar os sintomas físicos que tinham
no momento - em um dos pacientes a paralisia das pernas e em outro um tremor
generalizado em todo corpo. A seguir, ainda sob os efeitos da hipnose, os
mesmos pacientes, atendendo inconscientemente as ordens do médico, trocam suas
enfermidades. Charcot explica aos médicos presentes, dentre eles Freud, que os
sintomas das enfermidades só têm cura enquanto dura o efeito da hipnose. Nessa
cena, é possível perceber a incredulidade dos médicos que a assistem, embora
sejam discípulos de Charcot. Essa incredulidade é esperável, considerando a
sociedade da época que era cartesiana, capitalista, voltada para a
racionalidade. O afrontamento, além de social, era religioso, uma vez que a
Igreja Católica não acolhia tais métodos e concepções. Sob esse ambiente
conflituoso e de pouca liberdade brota os primeiros estudos do inconsciente por
Freud, que se apoiou nos experimentos de Charcot. O penoso estudo iniciado por
Freud foi interrompido, uma vez que ele sente o peso dos preconceitos advindos
da sociedade e de seu mestre, além disso, ele receia as descobertas advindas de
sua subjetividade. A interrupção é brevemente desconsiderada pelo próprio Freud
que atende a um pedido de seu mestre. Na cena desse momento, Freud é chamado às
pressas pelo mestre, dono do hospital, em que trabalhava no início da carreira
e que o ridicularizava pelas idéias que defendia em seus estudos sobre o
inconsciente. Ele está a beira da morte e pede para lhe falar. Freud não
entende, a princípio porque aquele médico o chama, já que tinha tantas críticas
às suas crenças profissionais. O antigo chefe, então, revela para Freud que
também sofre de histeria, mal que escondeu de toda a vida inteira por medo de
ser condenado a um manicômio ou ser tachado de louco, como sempre fez com os
próprios pacientes que para ele não tinham cura. Ele pede para que Freud dê
continuidade aos seus estudos, já que nessa época ele havia deixando-os de lado
por medo das conclusões que estava obtendo. Diz ainda que os histéricos formam
uma grande legião que vive à sombra, sofrendo profundamente deste mal, graças
ao preconceito que certamente teriam que enfrentar, caso se manifestassem. O
velho médico a beira da morte diz para Freud, que além de acreditar na validade
científica do que vem estudando, se reconhece como um dos membros dessa legião:
ele também sofreria de histeria, o que deixa o estudioso perplexo. Dizendo
isso, morre. O que existia na época de Freud permanece mesmo atenuado mente,
ainda hoje. É comum encontrarmos nas nossas famílias pessoas que comentam
situações semelhantes às dos pacientes de Freud. Pessoas que tinham
comportamentos como o choro sem motivo aparente, variação repentina de estado
de humor - de apatia à euforia; prostração em estado de introspecção absoluta;
ataques nervosos ( gritar, puxar os cabelos, etc), dentre outros. Essas
pessoas, muitas vezes, eram consideradas loucas e tiradas do convívio familiar.
Os médicos não tratavam as causas, mas sim apenas os sintomas, dando-lhes
medicamentos que não tratavam mas que minimizavam os ataques. Enquanto
aprendizes da ciência Pedagogia, a cena mencionada, convida-nos também a
discutir a relação mestre - aprendiz. O mestre de Freud, apresentava uma
comportamento sistemático, inflexível e sarcástico em relação aos estudos de
seu aluno. As hipóteses sobre os procedimentos do preceptor são várias e não
excludentes, dentre elas entendemos que ele tinha medo da crítica da sociedade
- uma vez que o desconhecimento do objeto em estudo era grande e muitos
poderiam colocar em prova sua ação profissional; outra hipótese é a que o
mestre se sentia profundamente incomodado por que ele próprio sofria da doença
e não queria assumi-la. Embora Freud tenha sofrido com o comportamento de seu
preceptor, ele se sentia provocado a avançar em suas pesquisas. O mestre, dessa
forma, representava um grande incomodador - questionador fundamental no método
de reflexão, como explica Sócrates. Freud também é acometido pelas mesmas
dúvidas: as críticas sociais e científicas; o temor do seu próprio
inconsciente, e, ainda, o ciúmes que sua esposa tinha das pacientes que ele
tratava, por isso hesitou. Estabelece-se aqui um conflito. Freud tinha como uma
questão ética a importância de seus estudos para a humanidade, sabia que
poderia contribuir grandemente na cura das doenças mentais, mas tinha medo. A
moral da época lhe impunha algo bem diferente: a cura apenas do corpo; a
não-liberdade de expressão; o abafamento da subjetividade; a formalidade nas
relações familiares e profissionais; entre outras. Entendendo a ética como uma
reflexão sobre a moral; Freud depara-se profundamente com uma pergunta:
"eu sigo o que entendo como ético - bom - humano e assumo ser criticado,
ironizado, tido como louco, ou atendo os preceitos morais da época em que vivo?
" (Até aqui temos a parte relacionada com a cena 2) Em outra cena
marcante, Freud sonha com imagens distorcidas em que símbolos aparecem: uma
cobra, sua mãe, todas dentro de uma caverna sinistra. O sonho é envolto em uma
atmosfera de mistério e terror. Sua mãe aparece como figura central deste sonho
e uma cobra desliza sobre ela. Um menino observa a cena, entrando na caverna
escura. Nessa cena percebemos como Freud vai construindo a relação entre sonho
e inconsciente, ele começa a desvendar os seus significados a partir de suas
experiências de vida.
Em
nosso cotidiano, as relações que estabelecemos entre o sonho e a realidade são
muito arbitrárias e abstratas, pois não temos um conhecimento aprofundado da
psicanálise. A partir dos sonhos, nos indagamos sobre seu significado. Para
alguns, os sonhos significam um bom presságio, por exemplo sonhar com doença
traz saúde; sonhar com acidente é vida longa; outros até arriscam a sorte em
diferentes jogos de azar. Muitas vezes, somos influenciados por pessoas que
estão ao nosso redor - algumas nos dizem para esquecer os sonhos, outros que
eles irão se realizar. (Até aqui temos a parte relacionada com a cena 3) Como o
filme, os estudos de Freud avançam. Numa outra cena, Freud desperta do sonho e
tenta entender o seu significado. Ele começa um diálogo consigo mesmo no
sentido de buscar relações de sentido entre o sonho e a sua vida consciente.
Começa a se questionar: "porque minha mãe aparece no sonho? Será que a
cobra de seu sonho tem relação com a pulseira espiralada que recebeu quando
criança da própria mãe, para se acalmar numa noite em que ela preteriu sua
companhia em relação a de seu pai? Porque ele não conseguira chorar quando seu
pai morrera, se ele o queria tão bem? Será que esses sentimentos tinham alguma
relação? E se tivessem, poderia pensar que haveria uma relação inconsciente
entre ele, seu pai e sua mãe? A questão da sexualidade influenciaria nessa
relação latente? A função sexual seria posterior à puberdade, como todos
acreditavam na época?"
Sua
esposa então, vem em seu socorro e diz que ele estava apenas impressionado
devido à recente morte do pai; que o sonho não tinha nenhum significado em especial,
e que ele precisava apenas descansar.
A
cena evidencia que Freud inicia um diálogo consigo mesmo - inaugurando o método
de associação livre que mais tarde recebeu o nome de método catártico. Usando
esse método com ele próprio e com seus pacientes, Freud então investiga a
relação de amor e libido entre mãe e filho; pai e filha - dessa investigação
ele desvela o complexo de Édipo. Mesmo na contemporaneidade, é fácil perceber o
apego do menino pela mãe e sua identificação com o pai - a criança usa as
ferramentas do pai, quer pegar um peixe do tamanho do peixe pescado pelo
genitor, quer mostrar que é corajoso e forte, etc. Por outro lado, a menina usa
as roupas e maquiagem da mãe, imita seus trejeitos, faz carinhos. Assim, o
complexo de Édipo pelo qual todos nós passamos na infância é possível de ser
percebido. Freud baseando nesse complexo, percebe que a sexualidade está
presente em todas as fases da vida humana - desde a fecundação do óvulo até a
morte.
Ele
atribui uma grande importância a essa sexualidade, afirmando que ela é
determinante no desenvolvimento da personalidade. Posteriormente, Sigmund
classifica o desenvolvimento psicossexual em cinco estágios: oral, anal,
fálico, latência e genital. Essa classificação se dá com base nas áreas de mais
prazer sexual que se alternam na vida do ser humano, sendo elas : boca, anus,
pênis e vagina, todas e pênis e vagina, respectivamente.
O
método catártico, mostra que nenhum comportamento existe por acaso, ou seja,
todos têm uma causa que pode estar escondida no inconsciente. Você já se
deparou com situações de simpatia e antipatia sem causa aparente? Por exemplo,
aquele menino lá do fundo da sala que você não gosta e não sabe por quê; ou o
contrário, aquela pessoa que lhe rejeita, sem que você não tenha feito nada
contra ela. Aquela pessoa que você gosta tanto pode ter rosto, corpo ou
comportamentos parecidos com uma pessoa que você conheceu e adorou - mas nem se
lembra! A que você não gosta pode parecer com alguém que você não gosta! A
simpatia e antipatia também podem ter causas no inconsciente. Nosso cérebro e
alma fazem relações que se quer suspeitamos Sem dúvidas o filme nos acena para
várias questões. Cada vez que o assistimos aprendemos coisas novas e às vezes
nos deparamos com coisas antigas sob um novo olhar. O olhar de Freud ainda hoje
é novo para nós! Ele nos chama a entender consciência e inconsciência; sonho e
realidade, máquina e alma. Por meio da Psicanálise mostra-nos que os sonhos são
as "janelas" da alma - neles nossos medos e desejos encontram vazão.
Mostra-nos ainda que para entender o outro e a si mesmo, é preciso, antes,
inaugurar o diálogo; mostra-nos que aprender é aprender com o outro. Com seu
exemplo, vemos que fazer ciência não é uma tarefa fácil.
Ele
nos ensina que quando se é um desvelado, mais que a coragem de tirar o véu é
necessária a coragem de mostrar a coisa descoberta. Coloca em evidência que a
comunidade científica, poucas vezes, acolhe o verdadeiro cientista e seu
conhecimento. Muitas vezes, o novo é ultrajante demais para o alcance de
cabeças estabilizadas. O desarranjo da verdade nova traz um desarranjo social
e, muitas vezes, moral. Para ser cientista é preciso coragem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário