Ao iniciar um
trabalho que envolve a ética como
objeto de estudo, consideramos importante, como ponto de partida, estudar os
conceitos de ética, ética empresarial e fazendo uma pequena abordagem sobre a
moral e a responsabilidade social que consideramos muito importantes para o
nosso trabalho e para toda sociedade. O objetivo desse trabalho é refletir
sobre a ética, moral e a responsabilidade nas empresas, no
sentido de motivar as ações para a pratica do bem. Segundo Nash, (1990, pg. 3) “apesar de que a
atividade de ganhar dinheiro sempre teve uma aliança meio desconfortável com o
senso particular de moralidade das pessoas”. Numa definição bem geral, ética
aceita a existência da história da moral, tomando como ponto de partida à
diversidade de morais no tempo, entendendo que toda sociedade tem sido
caracterizada por um conjunto de regras, normas e valores, não se identificando
com os princípios e normas de nenhuma moral em particular nem adotando atitudes
indiferentes ou diante delas. A história da ética é um assunto complexo e que
exigem alguns cuidados em seu estudo. Como disciplina ou campo de conhecimento
humano, ética se refere à teoria ou estudos sistemáticos sobre a prática moral.
Dessa forma ela analisa e critica os fundamentos e princípios que orientam ou
justificam determinados sistemas e conjunto de valores morais. É, em outras
palavras, a ciência da conduta, a teoria do comportamento moral dos homens em
sociedade.
A ética é na
verdade como a educação de nosso caráter, temperamento ou vontade pela razão,
em busca de uma vida justa, bela e feliz, que estamos destinados por natureza.
Traduzindo o processo consciente ou intuitivo que nos ajuda a escolher entre
vícios e virtudes, entre o bem e o mal, entre o justo e o injusto. É a
predisposição habitual e firme, fundamentada na inteligência e na vontade, de
fazer o bem. Ser ético, portanto, é buscar sempre o bem, combater vícios e
fraquezas, cultivar virtudes, proteger e preservar a vida e a natureza.
Também abrange toda reflexão que fazemos sobre o nosso agir
e sobre o sentido ou missão de nossa vida, bem como sobre os valores e
princípios que inspiram e orientam nossa conduta, buscando a verdade, a prática
de virtudes e a felicidade. Não devemos confundir ética e moral, a ética não
cria a moral nem estabelece seus princípios, normas ou regras. Ela já encontra,
numa dada sociedade ou grupo, a realidade moral vigente e parte dessa realidade
para entender suas origens, a sua essência, as condições objetivas e subjetivas
dos atos morais e os critérios ou parâmetros que justificam os juízos e os
princípios que regem as mudanças e sucessão de diferentes sistemas morais.
A ética também estuda e trata a
responsabilidade do comportamento moral, a decisão de agir numa dada situação
concreta é um problema prático moral; investigar se a pessoa pôde ou não
escolher e agir de acordo com a decisão que tomou é um problema teórico -
ético, pois verifica a liberdade ou o determinismo ao quais nossos atos estão
sujeitos. Se o determinismo é total e vem de fora para dentro (normas de
conduta pré-estabelecidas às quais devemos nos ajustar) não há qualquer espaço
para a liberdade, para a autodeterminação e, portanto para a ética.
Definição de ética, moral e ética empresarial.
A ética não é algo superposto à conduta humana, pois todas
as nossas atividades envolvem uma carga moral. Idéias sobre o bem e o mal, o
certo e o errado, o permitido e o proibido definem a nossa realidade.
Em nossas relações cotidianas estamos sempre diante de
problemas do tipo: devo sempre dizer a verdade ou existem ocasiões em que posso
mentir? Será que é correto tomar tal atitude? Devo ajudar um amigo em perigo,
mesmo correndo risco de vida? Será que posso mentir para conquistar o meu
cliente?
Ao analisar o problema do comportamento ético-moral que hoje
é o tema nos negócios que invade todas as áreas das empresas da mesma forma é
assunto presente na mídia.
Para Valls (1993, p.7) “a ética é daquelas coisas que todo
mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém
pergunta”. Nesse sentido pode-se dizer que, alguns diferenciam ética e moral de
vários modos, mas na verdade uma completa a outra.
A fim de maior compreensão fez-se necessário uma busca nos
dicionários Aurélio e o dicionário Sérgio Ximenes, no qual o sentido de ética e
moral nos expressa que ética é como moral, como norma baseia-se em princípios e
regras morais fixas que precisam ser seguidas para vivermos em uma sociedade
mais justa.
No dicionário de Aurélio (2005, p.407), conceitua-se ética e
moral como “estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana
suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja
relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto”.
O autor Aurélio (2005, p.604), também conceitua moral como
conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto
para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada.
O dicionário de Sérgio Ximenes (2002, pg. 409), define ética
como ciência que estuda os juízos moral referente á conduta humana, virtude
caracterizada pela orientação dos atos pessoais segundo os valores do bem e da
decência pública, e a moral conjunto de regras de conduta baseadas nas noções
de bem e de mal, Os estudos de Maximiano (1974, p.294) demonstram que a ética
tem sido entendida sob várias concepções. Assim, a concepção de ética tratada
pelo autor afirma que.
“A ética é como a disciplina ou campo do conhecimento que
trata da definição e avaliação de pessoas e organização, e a disciplina que
dispõe sobre o comportamento adequado e os meios de implementá-lo levando-se em
consideração os entendimentos presentes na sociedade ou em agrupamentos sociais
particulares”.
Reale (1999, p.29 apud Ourives, 2006, p.2) também afirma que
a ética é a ciência normativa dos comportamentos humanos.
Segundo esses autores, a ética é como um conjunto de normas
no qual o ser humano deve seguir para ser respeitado na sociedade.
Já Nogueira, (1989, p.5), conceitua a ética de uma forma um
pouco diferente dos demais autores citados.
Godim,(2005,p.6), define a ética como o estudo geral do que
é bom ou mal, para ele um dos objetivos da ética é a busca de justificativa
para as regras propostas pela moral pois é diferente, pois não estabelece
regras está reflexão sobre a ação humana diz que a moral estabelece regras que
são assumidas pelas pessoas como uma forma de garantir o seu bem-viver a moral
depende das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas que
se quer se conhece, mas utilizam este mesmo referencial comum.
Em um outro entendimento Moreira (1999, p.28, apud, Ourives,
2006, p3), conceitua ética empresarial como “o comportamento da empresa
entendida lucrativa quando age de conformidade com os princípios morais e as
regras do bem proceder aceitas pela coletividade (regras éticas)”.
Na definição de Denny (2001, p.134), não há distinção entre
moral e ética, a ética empresarial, para ele consiste na busca do interesse
comum, ou seja, do empresário, do consumidor e do trabalhador. Os dois autores
explicam que as empresas devem seguir as regras e os princípios morais, e que
as empresas imorais não são autênticas empresas.
Já no que diz respeito à ética nas vendas tem se observado
que as maiorias das empresas estão mais preocupadas com declarações de
princípios ou cartas de valores, de princípios e a sua missão, há empresa que
querem mostra que estão realmente preocupadas com as relações com os seus
clientes, mas muitas delas esquecem do significado da palavra ÉTICA. (EDUARDO
BOTELHO, 2000, pg. 5).
O que fica disto é a imagem de que algumas empresas não
estão na realidade, voltada para os clientes, mas sim, que estão apenas dizendo
isto, mas sem ética como praticar qualquer outro princípio.
Afinal ética é algo que todos precisam ter, alguns dizem que
tem, mas na verdade poucos levam a sério, na ética profissional as regras não
devem ser quebradas e sim seguidas.
Valores Éticos e sua Interpretação
Na interpretação de Maximiano (1974, p.371) os valores
éticos podem ser absolutos, baseia-se na premissa de que as normas de conduta
são válidas em todas as situações, ou relativa, que as normas dependem da
situação.
Para melhor entender, fez-se um estudo mais aprofundado onde
os orientais entendem a ética relativa de forma que os indivíduos devem
dedicar-se inteiramente à empresa, que constitui uma família à qual pertence à
vida dos trabalhadores. Já, para os ocidentais, o entendimento é de que há
diferença entre a vida pessoal e a vida profissional. Assim, encerrado o
horário normal do trabalho, o restante do tempo é do trabalhador e não do
patrão. Em relação à ética absoluta, parte-se do princípio de que determinadas
condutas são intrinsecamente erradas ou certas, qualquer que seja a situação,
e, dessa maneira, devem ser apresentadas e difundidas como tal.
Ética empresarial e sua Importância
A empresa tem sido entendida, doutrinariamente, como uma
atividade econômica organizada, exercida profissionalmente pelo empresário,
através do estabelecimento. (BULGARELLI, WALDIRIO. 1993 p. 22) Para um melhor
entendimento uma empresa é uma organização particular, governamental, ou de
economia mista, que produz e oferece bens e/ou serviços, com o objetivo de
obter lucros.
Ética empresarial diz respeito a regras, padrões e
princípios morais sobre o que é certo ou errado em situações específicas.
Serão apresentadas algumas definições de ética empresarial,
para um melhor entendimento sobre sua importância.
Segundo Arnold Wald (1999, p.5), manifestando sobre a
crescente importância da ética expressa que, evoluímos, assim, para uma
sociedade em que alguns denominaram.
“Pós-capitalista” e outros “neocapitalista” ou, ainda,
“sociedade do saber”, caracterizada pela predominância do espírito empresarial
e pelo exercício da função reguladora do direito. O Estado reduz-se a sua
função de operador para torna-se o catalisador das soluções, o regulador e o
fiscal da aplicação da lei e a própria administração se desburocratiza. O espírito
empresarial, por sua vez, cria parcerias que se substituem aos antigos
conflitos de interesses que existiam, de modo latente ou ostensivo, entre o
poder público e a iniciativa privada.
A sociedade contemporânea apresenta um novo modelo para que
a empresa possa progredir e o Estado evolua adequadamente, mediante a
mobilização construtiva de todos os participantes, não só do plano político,
pelo voto, mas também no campo econômico, mediante várias formas de parcerias,
com base na confiança e na lealdade que devem presidir as relações entre
partes.
Neste contexto, a empresa abandona a organização hierárquica
e apodera do mundo empresarial, com os valores que lhes são próprio, como
iniciativa, com responsabilidade, comunicação, transparência, tranqüilidade, inovação,
flexibilidade, nas lúcidas lições. Em outras palavras Denny (2001, p.134), tem
uma visão de que a empresa abandonando sua estrutura originária, sob o comando
dos proprietários de companhia, e agora, terá que aceitar novas regras. Já nos
dizeres de Wald (1989, p.5), há uma nova forma de governo, com maior poder
atribuídos aos acionistas e empregados e até a própria saciedade civil,
passando a ter verdadeiros deveres, não só com os seus integrantes e
acionistas, mas também com os seus consumidores, clientes e até com o meio
ambiente.
Nesse sentido, entende-se, assim, que um regime de completa
liberdade para uma nova ordem na qual a liberdade das partes importa
responsabilidade, devendo inspirar-se em princípios éticos, abandonando-se a
igualdade formal para atender às situações respectivas dos contratantes, ou
seja, à igualdade material. (OURIVES, 2006, p.6).
Na questão ambiental houve também uma grande transformação
de valor, que segundo ibid (2000, p. 164 apud Ourives2006, p6),
"transformou-se em um valor permanente para a sociedade, de forte conteúdo
ético". Assim, protegê-lo, tornou-se um imperativo para todos os
habitantes da Terra, exigindo que cada um se conscientize dessa grande
necessidade, requerendo esforço comum, em resposta aos desafios do futuro. Com
todas essas transformações hoje as exige-se que empresas promovam o
desenvolvimento sustentável (1), conforme tem insistido a Câmara de Comércio
Internacional.
Entende também Santos (1999, apud Ourives, 2006. p6) que nos
dias de hoje é preciso pensar e pensar rápido, com coragem e ousadia, numa nova
ética, para o desenvolvimento.
Em uma ética que transcenda a sociedade de mercadoria, da
suposta generalização dos padrões de consumo dos países ricos para as
sociedades periféricas, promessa irrealizável de certos correntes
desenvolvimentistas do passado e dos neoliberais de hoje. Tal promessa não
passa de um jogo cheio premissas falsas, devido a obstáculos políticos criados
pelos países ricos (que brecam a generalização da riqueza) e as limitações impostas
pela base de recursos naturais. Ou seja, as limitações ecológicas inviabilizam
(devido ao efeito estufa, destruição da camada de ozônio, dilapidação das
florestas tropicais etc.) a homogeneização para toda a Humanidade dos padrões
suntuários do consumo.
Teorias éticas na organização
Em um estudo realizado por Srour (2000, p. 50). Apresenta
que há pelo menos duas teorias éticas:
1. A ética da convicção, entendida como deontologia (estudo
dos deveres);
2. A ética da responsabilidade, conhecida como teleologia
(estudo dos fins humanos).
Afirma, ainda, o autor sobre as teorias que, toda atividade
orientada pela ética pode subordinar-se a duas máximas totalmente diferentes e
irredutivelmente opostas. Ela pode orientar-se pela ética da responsabilidade
ou pela ética da convicção. Isso não quer dizer que a ética da convicção seja
idêntica à ausência de responsabilidade e a ética da responsabilidade à
ausência de convicção. Não se trata evidentemente disso. Todavia, há uma
oposição abissal entre a atitude de quem age segundo as máximas da ética da
convicção em linguagem religiosa, diremos: "O cristão faz seu dever e no
que diz respeito ao resultado da ação remete-se a Deus" - e a atitude de
quem age segundo a ética da responsabilidade que diz: “Devemos responder pelas
conseqüências previsíveis de nossos atos”.
Conclusão
De acordo com a pesquisa, vale
ressaltar a questão sobre a ética, moral e responsabilidade social que
vem crescendo em todo país não só na política como também no campo empresarial,
tendo em conta a crescente economia e em relação à opção da estratégica que se
ira adotada para integrar o país num mercado que se globaliza e que exige
relações profissionais e contratuais, como se percebe, há uma cobrança cada vez
maior por parte da sociedade pela transparência e probidade, tanto na forma de
tratar os clientes, como de fornecimento de produtos e serviços ao mercado para
não ser enganados e nem prejudique o meio ambiente. É necessário que as empresa
utilizem métodos de fiscalização e as sociedades em geral adotem medidas
necessárias para coibir os abusos cometidos pelas empresas.
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